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11 abril 2011

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Primeiro dia na escola

A data pode ser sinônimo de muita ansiedade, tanto para as crianças quanto para os pais. Saiba como viver esse momento sem estresse
"Parecia que o Gabriel estava indo para o Exército. Eu me debulhei em lágrimas", conta a professora de inglês paulista Ariana Verdi, 42 anos, mãe do garoto de 2. A reação de Ariana é compreensível. Afinal, o primeiríssimo dia de aula de uma criança marca o início de sua independência, algo encarado com um misto de ansiedade e culpa por muitos pais. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada em Curitiba, no Paraná.



O trabalho revelou que 22% das mulheres de nível socieconômico privilegiado se sentem culpadas por deixar seus pequenos na escola. Entre as de baixa renda, esse índice é de apenas 3%. "No primeiro caso as mães procuram realização pessoal", explica a psicóloga Lidia Weber, autora do trabalho. "Elas acham que dão mais importância à carreira em detrimento dos filhos", completa a professora da Universidade Federal do Paraná. "Já as do segundo grupo trabalham por necessidade. Se pudessem parar, ficariam em casa."

Os especialistas garantem: é normal os pais vivenciarem esse tipo de sentimento. "Eles apenas devem se controlar para não contaminar o filho. A criança é como uma esponja: absorve tudo", diz a psicóloga. Esse cuidado é importante, porque ir à escola desde muito cedo só faz bem, atestam diversos estudos. "Essa é a fase da vida de maior desenvolvimento cognitivo e emocional", diz Fernanda Nedopetalski, coordenadora pedagógica da Escola de Educação Infantil Quintal, em São Paulo. "No colégio as crianças têm estímulos o tempo todo."
É claro que os pequenos também podem estranhar a nova realidade, o que não deixa de revelar certas carências. Por exemplo: o moleque que faz escândalo durante a despedida no portão da escola é classificado pelos psicólogos como ansioso e precisa reafirmar o companheirismo dos pais. Segundo padrões internacionais, 19% dos meninos e das meninas se encaixariam nessa definição. Por outro lado, 21% da garotada seria do tipo apático, ou seja, não demonstra interesse pela aula nem mostra felicidade no horário de saída, quando pode ir para casa. Aí a solução é dar mais e mais carinho.

Aliás, a escola é de grande valia nas duas situações. "O importante é ir aos poucos no processo de adaptação. Um dos pais deve permanecer na escola até a criança ficar à vontade", opina Silvana Leporace, que trabalha com orientação educacional no Colégio Dante Alighieri, em São Paulo. Em geral, porém, cerca de 60% da criançada é considerada segura. Logo, logo entra direto na sala de aula, mal se despedindo dos pais — que, cá entre nós, na hora agá até sofrem um pouco com o desdém. Mas ele é um ótimo sinal. "Essa criança tem certeza de que eles a amam e vão buscá-la ao final do dia", diz Lidia. Aí, quem precisa se acalmar é o pai ou a mãe.

O modo como seu filho reage...
...na escola revela alguns traços de sua personalidade

Seguro

É aquele que faz pouca ou nenhuma manha ao ser deixado no colégio. Depois da aula recebe os pais com entusiasmo. Representa cerca de 60% da molecada.

Ansioso

Sabe aquela criança que chora muito e protesta só de avistar o portão da escola? É esse o tipo. Passa boa parte da aula vigilante para ver se os pais já vieram buscá-la. Entre os pequenos, 19% se enquadram nessa categoria.

Apático

Ele se mostra desinteressado. Depois das aulas evita os pais no reencontro, como se estivesse se vingando por ter sido deixado na escola. São assim cerca de 21% dos meninos e das meninas.

Sem traumas
Algumas dicas para um início de vida escolar tranqüilo

• Visite a escola antes do começo das aulas. Assim você se sente seguro quanto às instalações e seu filho logo se ambienta.

• Nada de chororô. Em vez disso, diga frases como: "Agora você vai fazer um monte de coisas legais, depois a gente vem buscá-lo".

• Fique atento nos sinais. Se a criança sempre alega dores bem na hora de ir à escola, se chora ou demonstra ansiedade antes de toda aula, investigue os motivos em parceria com o colégio.
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Alimentação

Bento, as marmitas de origem japonesa, chegaram por aqui

Como deixar a lancheira mais apetitosa, nutritiva e divertida? É exatamente essa a ideia do bento (fala-se bentô), uma espécie de marmita inventada no Japão e que já tem muitos adeptos no Ocidente. Na prática, os alimentos são cortados e montados de forma criativa e temática. A fórmula foi adotada por muitas mães mundo afora para convencer os pequenos a se deliciarem com brócolis, cenoura e rabanete na hora do lanche. As mães que seguiram as dicas de preparo do bento dizem que as crianças amam e se deliciam com cada um dos legumes. Descubra, a seguir, como montar uma dessas marmitas.

1. Versão ocidental

Por ter surgido no Oriente, os bentos tradicionais são feitos principalmente com arroz, carne, conserva ou legumes cozidos. Você pode abrasileirar seu bento usando ingredientes do dia a dia, como legumes crus (cenoura, pepino) e frutas frescas (carambola, manga, morango). O que vale aqui é a criatividade, que, no caso do bento, se traduz na maneira como você apresenta esses alimentos à criança. Tudo deve ser pequeno o suficiente para que ela pegue com as mãos e deve ter um formato lúdico. Só tome cuidado para não exagerar nas quantidades. Lembre-se de que o objetivo é transformar a comida diária em um motivo de diversão.
2. Lancheiras próprias

Já é possível encontrar no mercado lancheiras específicas para o bento que vêm dividas em compartimentos. Se você não tem uma dessas, improvise usando uma vasilha quadrada com tampa e arrume a comida de forma divertida. O segredo é escolher alimentos coloridos para dar um contraste. E, para evitar que a comida desmonte do caminho de casa até a escola, o ideal é preencher todos os espaços entre os alimentos. Use salada, que é leve e ajuda a decorar.

3. Cuidado com as misturas

Tome cuidado para não misturar paladares diferentes. Doce e salgado devem ficar nitidamente separados dentro do bento. Você pode decorar de acordo com um tema. Faça rostos de animais ou outras figuras com a comida. Corte frutas e vegetais em formato de estrelas, corações e outros símbolos – para isso, use moldes de fazer biscoitos.

4. Tempo e paciência

Como você deve ter percebido, o bento não é algo rápido de fazer. Por isso, reserve tempo. A pressa não combina com essa atividade. Além de melhorar a alimentação do seu filho, montar o bento é uma ótima terapia. Dica importante: deixe a comida esfriar antes de fechar o bento. Caso contrário, o vapor dos alimentos pode ensopar a comida e desmanchar os desenhos.

5. Muita cor
Na hora de montar o bento, você deve ficar atenta ao visual. “Quanto mais colorido, mais nutritivo. O ideal é sempre colocar alimentos de cores variadas, como verdes, laranjas, vermelhos e brancos”, sugere a nutricionista Daniela Jobst. Isso, claro, desde que a criança goste dos alimentos.
6. Atenção no preparo
Tome cuidado para escolher comidas que não estragam facilmente e que sejam rápidas de preparar. Pense também na praticidade na hora de seu filho comer. A nutricionista Daniela Jobst sugere alguns ingredientes: bisnaguinha integral com peito de peru, pão francês integral com geleia de morango, barrinha de cereal, bolo de cenoura com nozes, água de coco e chá de camomila.

7. Saudável desde pequeninos
Segundo a nutricionista Daniela Jobst, “o bento ajuda a melhorar o hábito alimentar das crianças, fazendo com que aprendam a comer de forma mais saudável desde cedo”. E isso, claro, tem consequências lá na frente. Um cardápio rico em frutas, legumes, verduras e pratos integrais reduz as chances de a criança se tornar um adulto obeso e desenvolver, no futuro, problemas cardiovasculares e mesmo o diabete. “A boa alimentação aumenta até mesmo a sociabilidade da criança, pois ela fica mais aberta a experimentar novos alimentos, trocar com os colegas e, com isso, fazer amigos”.

8. Dicas de quem faz
A israelense Ilil Ziv, mãe de três filhos com idades entre 1 e 5 anos, tem o costume de fazer bento para as crianças. “Eu comecei a prepará-los faz poucos meses. Minha ideia era tornar o momento da refeição mais divertido”, ela conta. Para aprender e se inspirar, Ilil corre atrás de informações na internet e chegou a criar seu próprio site. “Acho que o segredo é fazer o bento com comidas que seus filhos gostem. Uma vez ou outra, é possível tentar introduzir um alimento novo, mas sem forçar a criança a comê-lo”, explica. Ilil não faz o bento todo dia, pois é preciso tempo e paciência, ainda mais para três filhos. Mas ao menos uma vez por semana ela se dedica a isso e as crianças adoram a novidade.























 



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