A dor de ouvido nos meses mais frios do ano é causada por vírus e bactérias e afeta três em cada quatro crianças até os três anos
O que é otite média aguda?
É a versão mais recorrente do problema. Estima-se que três em cada quatro crianças vão sofrer com o problema pelo menos uma vez até os 3 anos. A infecção se localiza na orelha média, que corresponde à região mais interna do ouvido, depois do tímpano. As principais causas são vírus e bactérias que provocam gripes, resfriados, infecções na garganta ou respiratórias – quanto mais episódios dessas doenças, maiores as chances de a criança ser acometida por uma otite. É por isso que ela acontece nos meses mais frios do ano. A exposição à fumaça de cigarro também é um fator de risco.
Em que idade é mais frequente?
A maioria das crianças tem pelo menos um episódio na infância. Estudos apontam que 60% dos casos de resfriado em bebês de 6 a 12 meses podem virar uma otite média. Depois, a taxa cai para 50% e o risco diminui conforme a criança cresce e o sistema imunológico se desenvolve.
É verdade que amamentar o bebê deitado também causa otite?
Sim. A entrada do leite para o canal que comunica o nariz e a garganta com o ouvido também pode causar a infecção. O ideal é oferecer o seio ou a mamadeira com o bebê em outra posição ou inclinado em 30 ou 45 graus.
Quais são os sintomas?
Dor, febre, diminuição da audição, dor de cabeça, irritação, perda de apetite e secreção local. Entre os bebês, o sinal mais claro é o choro intenso e ininterrupto, até na hora da amamentação. Já as crianças maiores, além desses sintomas, reclamam da dor e costumam levar as mãos até a orelha em que sentem o desconforto.
Dor, febre, diminuição da audição, dor de cabeça, irritação, perda de apetite e secreção local. Entre os bebês, o sinal mais claro é o choro intenso e ininterrupto, até na hora da amamentação. Já as crianças maiores, além desses sintomas, reclamam da dor e costumam levar as mãos até a orelha em que sentem o desconforto.
Pode haver alguma complicação mais grave?
Durante a inflamação, às vezes há presença de líquido na orelha média, o que é chamado pelos médicos de efusão. Quando isso acontece, é possível que a audição fique temporariamente comprometida. O incômodo costuma desaparecer junto com a inflamação – não é comum evoluir para uma surdez permanente.
Como é o tratamento?
Tudo vai depender dos sintomas e da idade da criança. Bebês que ainda não completaram 6 meses precisam de antibióticos. Depois dessa fase, no entanto, medicamentos para aliviar a dor e controlar a febre são suficientes. O uso de antibióticos, aliás, não é recomendado a partir dos 2 anos. Estudos mostram que a evolução para a cura é igual com eles ou sem, porque o sistema de defesa já está desenvolvido.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenção é afastar as doenças que podem evoluir para a otite. Vacine seu filho contra o vírus Influenza, da gripe, e o pneumococo – bactéria que causa alguns tipos de meningite, pneumonia, sinusite e, por consequência, inflamação no ouvido. Esses imunizantes são aplicados gratuitamente nos postos de saúde. O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses é importante para proteger o bebê dessa e de outras infecções. É recomendável também evitar o contato da criança com pessoas doentes e fumantes.
Como é feito o diagnóstico?
O pediatra examina a membrana do tímpano utilizando um otoscópio, aquele aparelho que ele coloca no ouvido da criança praticamente toda vez que você leva seu filho ao consultório. Em alguns casos, o otorrinolaringologista pode usar aparelhos mais específicos para avaliar a infecção.
Fontes: Berenice Dias Ramos, presidente do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria; Roberto Tozze, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP; Sady Selaimen da Costa, professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Fiquei muito feliz com a sua visita. Espero que tenha gostado e volte sempre!!!