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01 junho 2010

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Interpretando histórias

Dar asas á imaginação não é difícil, mas a criança precisa de apoio
Redação Crescer

De uma hora para outra, o contador de histórias não é mais o pai, a mãe ou a professora. Chegou a vez da criança. O conto ganha ritmo e vida na boca da garotada. Elas alteram a voz, fazem caretas, gesticulam em excesso e incorporam o personagem.Tudo é muito exagerado. "A partir dessa fase, elas compreendem melhor o conto e começam a vivenciá-lo. Às vezes carregam demais na interpretação, mas isso é característico da idade", explica Fernanda Nedopetalski, coordenadora pedagógica da Escola de Educação Infantil Quintal. Dar asas à imaginação não é difícil, mas as crianças precisam de um apoio, que só os livros podem oferecer. Aquelas que estão acostumadas a ler e ouvir histórias, seja na escola, seja em casa, têm mais bagagem para recontar o drama. Fernanda sugere que os adultos entrem na fantasia e brinquem com esses novos intérpretes. Vale tudo: fazer cara de espanto, rir, perguntar o que vai acontecer. No final, só restam os aplausos."As pessoas que incentivam essa brincadeira estão estimulando diretamente a criatividade e aguçando a imaginação das crianças."
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Inimizade também faz bem

As relações conflituosas ensinam a criança a respeitar as diferenças e superar os problemas

Você já sabe da importância que a amizade tem na vida do seu filho, mas novas pesquisas norte-americanas mostram que as relações antagônicas também são saudáveis e necessárias para o desenvolvimento da criança. O estudo mais recente, realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, cruzou dados novos e antigos de adolescentes para delimitar como uma amizade se transforma em um relacionamento hostil.

A pesquisa apontou que as principais razões para o início de uma inimizade são: ciúme, incompatibilidade (de personalidade, gênio, ideias...), violações de regras internas e agressões. Entender esses motivos é o caminho ideal tanto para “resolver” o conflito com o amigo, quanto para a criança se conhecer melhor e identificar seus limites e características. Ou seja, é preciso conversar.

Embora o estudo tenha sido feito com adolescentes, a infância também é palco de relações conflituosas. E, para os pais, é ainda mais difícil de lidar (afinal, como assim alguém “não gosta” do seu filho)?. “É uma tendência os pais quererem eliminar qualquer forma de conflito na vida dos filhos, para evitar o sofrimento. Mas a criança precisa de um outro que a negue para aprender a se colocar socialmente”, afirma Débora Vaz, diretora pedagógica da Escola Castanheiras, em São Paulo. Essas relações de antipatia ajudam a criança a entender e respeitar as diferenças que existem entre as pessoas, além de perceber que nem todos serão seus amigos. E o mais difícil: que nem todos pensam da mesma forma. O desenvolvimento e o aprendizado surgem a partir de um problema, pois só enfrentando adversidades é que se aprende a superá-las.

A melhor opção é encarar a situação naturalmente, avaliando cada caso para estabelecer o limite da inimizade. Muitas vezes, as crianças usam a agressividade para se comunicar e aprender a conviver. “Na infância, as relações ainda são superficiais e não tão bem desenvolvidas a ponto de elas terem o conceito de ‘inimigo’ formado. Nós, adultos, é que pensamos assim. Às vezes, são apenas colegas que não combinam e têm opiniões diferentes”, diz Débora. Converse com o seu filho, com a escola e com outras mães para entender melhor até que ponto as brigas são saudáveis e quando é necessário intervir e proteger a criança.

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