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06 novembro 2011

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Meu filho bateu no amiguinho. E agora?

Especialistas ensinam como conduzir a situação e avaliar quando o comportamento agressivo está passando dos limites
O amiguinho foi tirar o brinquedo do Otávio, que como resposta, deu um tapa no colega de classe. A babá negou a chupeta à Mariana, que se vingou com uma mordida. Histórias como estas afligem cuidadores e rendem alguma choradeira entre os pequenos, mas são comuns no universo das crianças de um a dois anos. Ainda assim, poucos pais sabem conduzir a situação.

A pedagoga Marilene de Macedo Monteiro, diretora do Jardim Escola Esquilinho, na Vila Madalena, recebe crianças de um a cinco anos e conta que as respostas físicas são frequentes no início da primeira infância. “Sempre tem ao menos um em cada turminha que morde os demais”, conta. Marilene enxerga o ato como uma manifestação dos desejos ou da frustração, usado quando a criança ainda não domina o vocabulário e, logo, não conhece uma maneira melhor de se expressar.
Às vezes, a educadora observa uma brincadeira por trás da ação. “Em alguns casos de crianças que mordem, os pais ou outras pessoas da família brincam de dar mordidas de carinho, nos pezinhos, por exemplo, e a criança repete o comportamento com os colegas sem medir a força, mas sem intenção de machucar”.
Do lado dos pais, principalmente para aqueles de primeira viagem, sobram dúvidas ao ver ou ficar sabendo que o filho está batendo ou mordendo outras pessoas. A primeira preocupação é de a criança ser agressiva ou do ato ser um indício de que ela pode se tornar um adulto violento. Mas a psicóloga e psicoterapeuta antroposófica Adriana Venuto tranquiliza os mais preocupados.
Segundo ela, nessa faixa de idade não é possível rotular a criança de agressiva. “A criança de um a dois anos não domina a linguagem verbal e, nessa fase, muitas vezes já está em um contexto de vida que exige muita socialização”, diz. “Então as mordidas e tapas acabam acontecendo mesmo”.
Revidar, nunca


Mesmo sendo um comportamento típico da idade, não se pode ignorar o ato. Na escola, Marilene orienta as professoras a agirem antes sempre que possível, impedindo que a agressão aconteça. Para os pais consternados com a atitude dos filhos, costuma aconselhar a repreensão sem muito estardalhaço. “Sugiro que os pais falem firmemente que aquilo não pode, ou impeçam fisicamente que o tapa seja dado, mas de maneira breve”, recomenda.

“Se todo mundo da casa para o que está fazendo para prestar atenção na criança quando ela bate, aquilo vira uma forma muito eficiente de chamar a atenção”, alerta ela, completando que o recurso é muito usado por crianças cujos pais trabalham fora o dia todo. “Muitas mães que trabalham fora relatam esse comportamento dos filhos na presença delas, apesar de não agredirem ninguém na escola. É uma nítida maneira de chamar a atenção da mãe”, relata.Conduzir a situação de maneira eficaz pode parecer um desafio, mas, como quase tudo nesta fase, depende mais da persistência. Alguns pais preferem dar um tapinha de volta, para a criança perceber o quanto aquilo é desagradável. Outros ainda preferem ignorar. Para Marilene, ambas as respostas são um erro.

“Quando o pai ou a mãe bate de volta está reforçando a agressão como linguagem. E ignorar quer dizer que aquilo é aceito”, analisa ela. Para a terapeuta Adriana, além de reagir somente de forma verbal, os pais devem conter a intensidade da bronca. “Cabe aos pais transmitir que aquele comportamento é inaceitável, mas a intervenção deve ser amorosa. Dessa forma a criança percebe os limites, mas também o interesse por ela”, diz.
A hora de se preocupar


Segundo as especialistas, casos pontuais de tapinhas e mordidas, quando bem conduzidos, não persistem por muito tempo, nem devem ser motivo de grandes preocupações. Mas a manifestação de um comportamento agressivo prolongado, especialmente próximo à faixa entre dois e três anos, merece maior atenção.

“Nessa fase a criança já sabe falar e se expressar de outras formas, além de ter mais noção do outro. Se seguir agredindo na escola ou em casa, os pais devem observar melhor”, sugere Adriana. Para a terapeuta, agressões repetidas nesta fase também podem representar algum pedido de ajuda da criança.

É importante saber contextualizar o comportamento. Mudança de escola, perda de algum ente querido e a chegada de um irmão podem ocasionar esse tipo de ação.

No entanto, se não há uma razão circunstancial, é hora dos pais fazerem uma análise da vida em família. “Eles devem se perguntar se têm sido muito permissivos ou muito rígidos, se são indiferentes e se a criança tem espaço na casa para se sentir acolhida”, explica Adriana. “Uma criança nessa faixa precisa de um ninho sustentável que possa acolhê-la e ensinar limites. Filhos que podem se desenvolver contando com isso dificilmente vão apresentar um comportamento agressivo fora do normal”, conclui.
fonte:Marina Fuentes, especial para o iG São Paulo







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03 novembro 2011

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Birra é inevitável, mas pode ser controlada

Experts em comportamento infantil explicam a origem da birra e como controlá-la



Segundo a educadora Cris Poli, a Supernanny do programa de televisão brasileiro, a birra é uma maneira de a criança expressar o que quer ou não quer, e faz parte do seu desenvolvimento. E mesmo que os pais ensinem aos poucos a forma mais adequada de se colocar perante ao mundo, as birras vão acontecer, não tem jeito. “Os primeiros sinais de mau comportamento começam a aparecer na primeira infância, a partir dos 18 meses, e ficam mais evidentes em crianças com mais de 2 anos e meio. A birra é conseqüência da falta de limite. Se os pais não definirem nenhum tipo de limite, terminarão com crianças que não sabem se controlar”, completa a babá inglesa Jo Frost, a Supernanny do programa norte-americano.


A fonoaudióloga Carmen Carbone, 37 anos, é mãe da Renata, 3 anos e 10 meses e reconhece a birra no choro (algumas vezes acompanhado de berros) que vem depois do “não”. “Considero um teste de força e paciência para ver quem vai ceder primeiro”, relata. Segundo a especialista em comportamento infantil Patrícia Brum Machado, autora do livro Estabelecendo limites (editora Mediação), os pais acabam reforçando o comportamento ao cederem. “A criança fica condicionada e aprende que toda vez que fizer birra vai ganhar o que quer”, explica. Por isso, a técnica comportamental mais eficaz, de acordo com a expert, é deixar o pequeno se debater e chorar a vontade, até que perceba que as conseqüências de tanta cena não serão positivas. “Quanto mais cedo os pais procederem dessa forma, mais fácil se torna a extinção da birra”, acrescenta.

Na prática

“De 0 a 2 anos, é difícil estabelecer regras pra que o pequeno aprenda, memorize e obedeça. Nesta idade, o ideal é falar que não gosta de determinado comportamento e que ela não precisa se jogar no chão. Mostre com a expressão do rosto e a voz firme que você desaprova, afinal a criança entende mais a linguagem de expressão e o tom de voz”, aconselha Cris Poli.

A partir dos 2 anos, os pequenos já têm condições de entender o que são regras, então chegou o momento de dizer com todas as letras “não pode gritar, nem chorar sem motivo, se debater ou bater nos outros”. Carmen, a mãe de Renata, diz que agora, perto dos 4 anos, ela já entende melhor e é possível dialogar e explicar os porquês de não poder ficar sem lavar o cabelo, descer para o parquinho do prédio à noite, ganhar o brinquedo novo... “Finjo também que ela não está chorando, mantenho o sorriso e mostro que quem está no comando sou eu. Agora (depois de muita birra!) ela percebeu que chorando não vai conseguir nada”, conta.

Determine as regras para ensinar o comportamento adequado de maneira tranquila e racional, para que a criança assimile gradativamente. “A parte visual ajuda a visualizar, portanto desenhar as regras estabelecidas pode ser um aliado!”, complementa Cris Poli. Jo Frost explica que tudo isso deve ser feito a partir do primeiro ano. “Porém é possível reverter o quadro, se a birra é constante e os pais já cederam algumas vezes. Neste caso é importante introduzir técnicas básicas de disciplina aliada a uma nova rotina e a um conjunto de regras domésticas, com muitos elogios e incentivos”, diz. Ou seja, dê os parabéns cada vez que um bom comportamento brotar no lugar da birra. No bom relacionamento entre pais e filhos, há amor e respeito de ambas as partes. E todas as entrevistadas colocam esta regra em primeiro lugar.

Dicas práticas



Cris Poli , Jo Frost e Patrícia Brum Machado ensinam o beabá das estratégias antibirra:
- Estabeleça regras. E se elas não forem cumpridas, dê uma advertência pra que ela saiba que está fazendo errado. “Este aviso permite que a criança mude o comportamento, sem necessidade de ser disciplinada”, diz Cris.

- Se a criança continuar desobedecendo, mande para o cantinho da disciplina (por um minuto por ano de idade, afinal mais do que isso ela dispersa e o efeito não é o mesmo) pra refletir sobre o que não cumpriu. Segundo as especialistas, este método não é castigo, ensina a criança a controlar as birras e aprender a lidar com o sentimento de raiva por não conseguir o que ela quer. Use-o até os 10 anos de idade.

- A criança fez escândalo em público? Separe do grupo, leve para um cantinho e dê advertência. Se ela não parar, mande para o cantinho da disciplina assim que chegar em casa. “É um processo que requer paciência, dedicação e calma”, conta Cris. Patrícia lembra que é fundamental manter a calma nessa hora e diminuir a platéia.

- Corte aquilo que ele gosta, quando o “momento de reflexão” não surtir mais efeito. Tire o computador, a brincadeira na rua, o desenho preferido... Para que ele aprenda a se comportar e reconquiste tudo por meio do cumprimento de regras.

- Use tom de voz firme e baixo ao dizer não.
- Evite a raiva: não grite, nem bata, ameace ou castigue. Introduza o diálogo depois do choro. “As explicações se fazem oportunas assim que a crise cessar”, justifica Patricia. Seja firme, sem punir.

- Identifique os comportamentos inadequados e ensine melhores formas, deixando claro de qual jeito você quer que o seu filho se porte. “Mas pense também nas preferências e particularidades dele, deixando-o fazer escolhas na medida do possível”, diz Patricia.

- Sirva de modelo, não reforce o comportamento agressivo com as suas atitudes. Mostre interesse na vida e atividades do pequeno, separando um tempo exclusivo para conversa e brincadeiras.

- Entre em acordo com o pai. Os dois precisam ser coerentes e ter a mesma postura perante os acessos de birra.

- O mais importante: imponha limites.
Cáren Nakashima e Livia Valim, especial para o iG São Paulo
Foto: Getty Images













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